06 junho 2015

Fragilidades da Cidadania






"Todo mundo fala de paz, mas ninguém educa para a paz. As pessoas educam apenas para a competição e a competição leva à guerra."

 Pablo Lipnizky 

"Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos, prestativos e responsáveis possa mudar o mundo. Na verdade, é assim que tem acontecido sempre."
 Margaret Mead 

05 junho 2015

Escola Cidadã - Paulo Freire

Escola Cidadã - Paulo Freire

" (...) Uma escola de comunidade,
uma escola de companheirismo, (...)
uma escola de produção comum do saber e da liberdade, (...)"



Educação para a Cidadania

Segundo o Dicionário Priberam a definição de democracia é “Governo em que o povo exerce a soberania, directa ou indirectamente”, com origem etimológica das palavras gregas “demos” - povo e” kratos” –poder. 
É assim, um sistema em que o povo participa da vida política através de eleições e referendos e onde é livre de expressar de outras formas a sua opinião. 

Cidadania pela mesma fonte é definida enquanto “Qualidade de cidadão” e cidadão por sua vez enquanto “Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado livre”. 
Conforme Pureza “cidadania é um conceito polissémico que gira em torno do estatuto de pertença de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada e que lhe confere um conjunto de direitos e de obrigações.” (2001:18) 

Questões como a mulher ter direito a voto, o direito ao rendimento mínimo por todos os cidadãos, o emigrante exercer a sua cidadania tal como o resto da população, são temas entre tantos outros, não absolutos e garantidos por todos os estados democráticos (ao longo dos tempos), logo podemos afirmar que a definição e a prática de cidadania não é estanque e que varia em contexto temporal, espacial e social. 

A cidadania é uma conquista sofrida pelos nossos antepassados e ainda reivindicada por muitos na actualidade, por isso deverá ser exercida de forma activa e consciente. 

“Memórias, valores e práticas são, pois, as "matérias-primas" que sustentam as atitudes e competências matriciais da cidadania democrática em cada tempo histórico.” (Pureza, 2001:14) 

Aqui manifesta-se a importância da educação para a cidadania enquanto veículo para o desenvolvimento das competências e valores que fomentem a consciência e a reflexão critica sobre questões de foro social e público

O exercício da cidadania não é exclusivo ao nível nacional mas pode ser trabalhado a nível local em pequenas mudanças na comunidade como por exemplo a dinamização das bibliotecas escolares aos fins-de-semana para toda a comunidade. 
Este é um ínfimo exemplo no enorme campo de possibilidades do exercício local da cidadania, assim como é defendido por Pureza: “Os valores são assumidos através de responsabilidades principalmente locais e imediatas. É o cidadão quem age no sentido de ajudar os seus vizinhos através da actividade voluntária.” (Pureza, 2001:18) 



AZEVEDO J., Fonseca A.M. & Silva A.S)“Valores e Cidadania: a Coesão Social, a Construção Identitária e o Diálogo Intercultural” 

PUREZA J. M. (2001) Educação para a Cidadania: Cursos Gerais e Cursos Tecnológicos – 2. 
Edição: Ministério da Educação 

"cidadao", "cidadania", "democracia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2008-2013), http://www.priberam.pt/dlpo/democracia [consultado em 20-04-2015]. 

Centro Local de Aprendizagem

A Universidade Aberta sendo a única universidade de Ensino à Distância em Portugal e sendo uma referência a nível europeu, responde com sucesso às permanentes exigências impostas pelas mudanças sociais e tecnológicas. Permitindo assim, que um cidadão lusófono usufrua da Aprendizagem ao Longo da Vida de forma anacrónica, não presencial e flexível.

Os  Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta são centros de ação local que acrescentam valor ao ensino à distância pois permitem a articulação entre o local e o global e entre o virtual e o físico / presencial. Promovendo desta forma uma experiência e uma orientação mais rica na aquisição de saberes, competências e aptidões.

Os CLA são promotores do desenvolvimento local, pois em colaboração com a sociedade civil e as  autoridades locais possibilitam a disseminação de conhecimento e competências necessárias ao contexto e à  comunidade local. Estes centros para além de favorecerem o acesso dos beneficiários locais à sociedade do Conhecimento e da Informação, apoiam em termos logísticos as atividades académicas e divulgam a universidade.

A UA através do ensino à distância alarga o espectro das oportunidades de ensino, muito embora existisse uma lacuna que os CLA vieram colmatar, em Portugal e em Moçambique, que é o acesso aos instrumentos e às competências para o uso das tecnologias digitais.
Os objetivos do ensino à distância são diferentes de acordo com o contexto económico e  geográfico, por exemplo as diferenças entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos são notórias e compreensíveis. Nos primeiros supracitados, busca-se solucionar o problema da qualidade do ensino e por conseguinte a necessidade de formação básica (para a maioria da população). Enquanto nos países desenvolvidos, com sistemas de ensino eficientes e de qualidade e por conseguinte recursos humanos qualificados, a necessidade é de responder às transformações económicas e tecnológicas seguindo os princípios da Aprendizagem ao Longo da Vida.

Há uns três anos atrás eu não arriscaria inscrever-me num curso à distância, vivendo em Timor. A eletricidade não era estável, o acesso à  internet era caríssimo e limitado. E isto vivendo na capital, pois ainda hoje existem distritos com apenas três horas de energia elétrica da rede pública, e grande parte da comunidade não tem conhecimentos básicos informáticos.
Um Centro Local de Aprendizagem em Timor, iria permitir conhecer esta realidade e trabalhar em conjunto com a comunidade no desenvolvimento de soluções que permitissem realmente democratizar o ensino à distância, com uma aposta na inclusão digital e na aquisição da formação básica formal e não formal.
Ainda enquanto vivia em Portugal conheci a UA através do CLA de S. João da Madeira numa feira de associações locais, fiquei bastante animada com a possibilidade de poder continuar a estudar vivendo em Timor, pois nessa altura já aspirava para cá vir viver. Até à data,  a coordenadora do CLA de S. João da Madeira é a “cara” que associo à UA e a quem recorri quando tive dúvidas ou dificuldades de foro administrativo.


Rede social enquanto veículo promotor do desenvolvimento local